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Produtor de cana-de-açúcar, você se considera inovador?

Nestes quase 20 anos morando no Brasil tenho acompanhado de perto os desenvolvimentos no setor canavieiro brasileiro. O que não entendo, é por que um setor que ocupa o 2º lugar em produção de etanol e o 1º em açúcar em escala global é tão resistente a adotar novas tecnologias?

Hoje falo especificamente sobre as metodologias para implementar um novo canavial, ou renovar um canavial existente. Mesmo sabendo dos inúmeros benefícios do uso de mudas certificadas de cana-de-açúcar, como por exemplo a garantia de sanidade, a uniformidade do canavial e a certeza da origem genética evitando misturas varietais, me questiono por que a grande maioria dos produtores ainda usam o tradicional e antigo método de plantio através de toletes? Ou seja, continuam enterrando cana.

Como produtor de mudas, e detentor de uma tecnologia que assegura mudas sadias plantadas tenho pleno domínio dos custos envolvidos, portanto vejamos:

• Plantio tradicional: Para renovar o canavial utilizam-se 18 toneladas de material de cana jovem (8-9 meses) por hectare. O que representa um potencial de 27 toneladas por hectare (18 x 1,5), que ao valor de 160 reais/tonelada, representam um custo de R$ 4.320,00 por hectare.

• A usina também obtém retornos extras sobre essas 27 toneladas (extras) (os custos fixos permanecem os mesmos e apenas os custos variáveis alteram). O que representa, portanto, um adicional de R$ 2.160,00, já que são mais 27 toneladas x 80 reais.

• Vejamos então que a conta fecha com um investimento total de R$ 6.480,00 por hectare estabelecido, somente considerando as “mudas” que neste caso não passam de simples toletes coletados em campos já existentes. Sem qualquer garantia de qualidade ou sanidade.

Na Holanda temos um ditado popular entre os agricultores “Shit in, Shit out”! Ou seja, todo agricultor sabe que é extremamente arriscado apostar sua produção dos próximos 5 anos em um material de origem fitossanitária não comprovada. Se você inicia sua produção com material de origem questionável, não poderá esperar obter produtividade excepcional.

Conheço o Prof. Alfredo Urashima da UFSCAR há anos, e acompanho seus trabalhos de pesquisa, em 2018/19 ele já publicou um trabalho ele registrou que a produção de cana-de-açúcar no Brasil que em torno de 2008 era de 431 milhões de toneladas em 5,8 milhões de hectares em 2005/06, havia subido para 616 milhões de toneladas em 8,6 milhões de hectares em 2018/19, ou seja, o rendimento com um rendimento marginal consistente abaixo de 80 toneladas por hectare. A baixa produtividade segundo ele estava diretamente relacionada a baixa qualidade das “mudas” utilizadas, e que os índices de doenças dos canaviais haviam atingido percentuais em torno de 40% ou mais. Conversando com ele recentemente, ele comentou que na próxima semana irá apresentar um trabalho complementar, onde ele comprova que a contaminação nos canaviais brasileiros aumentou ainda mais. (Esta e outras pesquisas serão apresentadas no www.simpmudas.com.br, que irá acontecer no IAC Campinas nos dias 27 e 28 de Setembro).

Se os problemas não param de aumentar, por que ainda hoje diversas empresas insistem em práticas ultrapassadas sabendo que irão colher baixos rendimentos?

Algumas empresas tem apostado em tecnologia, e já constataram que ao escolher a genética mais adequada para a área a ser implementada, utilizando-se mudas oriundas de matrizes selecionadas, altamente produtivas, e produzidas através de uma metodologia que assegura a produção de mudas sadias e vigorosas, associado ao plantio com máquina de plantio totalmente automática (que planta as mudas de forma regular e profunda), pode ser implementado a custos altamente competitivos.

Além de custos acessíveis, o maior benefício que eles estão colhendo é um rendimento adicional nos primeiros anos de no mínimo 25% a mais do que nos campos implementados de forma tradicional. Além da redução do custo, o sistema oferece outras vantagens como disseminação de práticas mais sustentáveis no campo, já que ocorre menor compactação do solo e o aumento considerável da produtividade.

Tendo tudo isso em vista, eu me questiono por que é que as usinas/fornecedores não o estão fazem estes plantios em grande escala?

1- Uma hipótese seria a possível resistência dos produtores em aceitar e implantar novas tecnologias no campo, muitos dos produtores continuam presos à “velha maneira de pensar”.

2- Outra possibilidade seria o fato de eventualmente não haver mudas sadias de alta qualidade disponíveis em volume suficiente no mercado, ou o custo ainda está muito elevado?

3- Por fim, uma última hipótese pode ser pelo fato da tecnologia não ser suficientemente conhecida pelas usinas ou fornecedores e por isto ainda há a resistência em adotá-la? E você? Você é inovador? Gostaria de convida-lo a implementar esta inovação em sua empresa. Implementar áreas e comprovar nos números de produtividade e sanidade de suas áreas o que estou colocando acima.

Nós convidamos a todos os interessados em comprovar esses dados a implementar em parceria com SBW e MulticanaPlus um sistema comparativo de produção e rendimento.

Contato para dúvidas e agendamentos:

Claúdio (+55 19 98155-2552) Thales (+55 19 99647-5922) Poliana (+55 19 98205-5352)

Grande abraço a todos.

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